Nos últimos anos, Portugal tem sido o último país a decidir que artista e música levar ao Festival Eurovisão da Canção. 2024 não é diferente, já que o Festival da Cano 2024 encerra oficialmente a seleção nacional desta temporada da Eurovisão.
Iolanda, concebida como nome artístico IolandaEscolhido pelo seu andamento mais lento, “Gritto”.
A cantora já chegou a Malmö, cidade anfitriã deste ano, e ensaiou pela primeira vez. Quando nos conhecemos via Zoom, faltavam apenas algumas semanas para ela se mudar para a Suécia, mas por um tempo ela estava completamente focada em seu sonho.
Aliás, a participação de Iolanda no Festival da Canção deste ano é um dado adquirido. Embora já tivesse previsto candidatar-se enviando músicas gratuitamente, foi convidado pela RTP a participar no concurso:
– Se eu não for convidado, vou inscrever “Grito” no Festival da Canao. Nunca pensei que me ligariam diretamente, então quando disse sim e fui direto para a semifinal foi fácil aceitar o desafio.
Ao longo de sua jornada, Iolanda teve que enfrentar a rejeição e foi esse o tema que a levou a responder ao que foi dito acima. A cantora tentou vários shows de talentos, mas não foi longe. Na versão portuguesa a vozPor exemplo, Iolanda não conseguia nem virar uma cadeira e saiu do palco chorando.
– Tenho 19 anos e não sei por que fui para o The Voice pensando que seria minha última chance, se não me engano. Foi estranho porque eu era criança, ela lembra.
– Me senti sufocado e vendo aquilo como minha última chance, criei uma expectativa de que passaria para a próxima fase, claro que não aconteceu, mas me senti um fracasso depois de três dias de preparação. Tente novamente.
A vida seguiu em frente e Iolanda continuou estudando para se formar em comunicação enquanto trabalhava em um restaurante, cantando em bares e escrevendo músicas até decidir se mudar para Londres:
– A virada foi quando decidi investir totalmente na minha carreira de cantor, diz ele.
Seu fascínio pela cidade também é uma vantagem. Desde que se mudou para a capital britânica, aos 15 anos, sempre imaginou como seria morar lá. Depois que sua educação estiver concluída, é o momento perfeito para experimentar:
– Fui estudar música aos 24 anos, mas foi uma desculpa porque quando cheguei lá fiz muitas coisas diferentes. Melhorei o meu inglês, conheci melhor a cidade, tive novas experiências… Este pólo cultural misto de Londres permitiu-me sair da minha zona de conforto.
Ser rejeitado não é divertido, e quando você ouve “não”, você se sente em dúvida e perdido, mas eu não mudaria nada.Iolanda
Os obstáculos valem a pena para que você possa estar onde está agora?
– Acho que sim, porque cada um deles me ajudou a entender o que realmente quero fazer e o que não quero fazer. Ela diz que isso ajudou a construir minha identidade como cantora e aumentou minha confiança, especialmente no que diz respeito à minha música.
– Não tem graça ser rejeitado de cara, quando você ouve “não”, você fica em dúvida e perdido, mas eu não mudaria nada.
Festival da Canção 2024
Contra as suas expectativas, a RTP convidou-a para participar no Festival da Canzo. Desta vez ela foi muito cuidadosa com suas expectativas:
– O Festival da Concho ainda é um programa de TV, então pelas minhas experiências passadas, tentei viver da forma mais leve que pude, mas, claro, você vê as contradições, você vê as pesquisas. Quer dizer, até minha mãe estava dando uma olhada, ela ri.
Isso levanta a questão: como eles reagiram ao sucesso dela?
– Eles ficaram muito felizes por mim. Minha mãe ficou brava e meu pai muito feliz. Meus avós e minha irmã e minha amiga Claudia Pascoal (Portugal 2018) também estiveram lá. “É ótimo ver que as pessoas amam você e se sentem seguras perto delas porque é opressor”, diz ela.
Os dançarinos no palco deveriam representar meus sentimentos, medos e traumasIolanda
Na nossa conversa, a cantora portuguesa confirmou que a encenação do Festival da Conso será transferida para Malmö sem grandes alterações. Fotos e vídeos de seu primeiro ensaio comprovam isso:
– Haverá algumas mudanças, mas não muitas. A encenação já foi feita a pensar no potencial da Eurovisão. Eu sabia que se ganhasse não teria muito tempo para preparar algo novo.
Logo após vencer a seleção nacional de Portugal, passou alguns dias na emissora portuguesa RTP para respeitar o prazo da Eurovisão e enviar o produto final para a EBU.
Conte-nos sobre a encenação.
– Eu tinha algumas notas preliminares. Eu sabia que queria usar branco, sabia que não queria ficar sozinha. Também não quero usar salto alto porque não uso casualmente, mas não é confortável. Eu queria que refletisse minha vida cotidiana e como vejo um show, diz ela.
– Queria fazer algo “estilo Beyoncé” no sentido de incorporar a coreografia na música. Não sei dançar como ela, mas sempre que faço “grito” sinto que sou ela e ninguém mais vai me contar, ela ri.
Todas essas informações iniciais foram repassadas à equipe e o desempenho ganhou vida.
– Temos um significado por trás disso. Meus dançarinos estão com os rostos cobertos. Nosso objetivo é esconder qualquer estética humana. Na atuação procuro me desapegar de tudo que consigo com um “O Grito”.
Além de querer se sentir como Beyoncé, Iolanda admite que a incorporação da coreografia ajuda a contar a história da música para quem não fala português.
Krito
Estamos falando sobre a música. “Grito” não foi escrito para a Eurovisão. A música nasceu em um retiro que Iolanda fez há um ano e meio e seu plano era incluí-la em seu próximo álbum. Mas quando chegou o convite da RTP, ela mudou de ideias e preparou a música para a competição.
– Queria que o “Grito” tivesse o seu momento, e não há lugar melhor para isso. De certa forma, é o ápice da música que fiz, porque tem uma vibe portuguesa contemporânea, sons eletrônicos e muito mais.
Ela conta a história da música:
– De volta àquele retiro, eu estava muito interessado em explorar o lado emocional do meu relacionamento com minha família e amigos… principalmente porque estava um pouco perdido. Desde que comecei a lançar música, minha vida mudou bastante, diz ele.
– Comecei a viver mais pela minha vida, não a viver mais por mim, mas a verdade é que você ainda tem uma vida. Eu estava, de certa forma, procurando aquela chama dentro de mim, descobrindo se ela ainda estava viva e me sentindo grato a todas aquelas pessoas que me mantiveram com os pés no chão.
Presumo que sua vida mudou ainda mais depois de vencer o Festival da Canção…
– Minha agenda é 100%. Tenho pouco tempo pessoal, mas por saber que é um pouco temporário, quero absorver tudo e viver intensamente porque passa muito rápido.
Desde a sua vitória, o espectáculo da própria Iolanda no Capitólio de Lisboa esgotou e foi anunciada uma segunda data.
Depois da Eurovisão, será lançado um novo single e, além destas duas datas importantes, visitará o seu país. Um álbum está planejado, mas pode não ser lançado este ano.
Concluímos o seu objetivo com a Eurovisão:
– Meu objetivo é vencer. Pode não ser possível, conheço as probabilidades, mas quero ir o mais longe possível. “O primeiro passo é chegar à final”, diz ele.
– Sei que seria mais fácil inscrever outras músicas, mas sei que o Eurovision é mais do que uma música cativante. Tenho orgulho de ter uma música em português que fala sobre saúde mental e a luz que cada um tem dentro de si.
você está nervoso
– Quero chegar à final e terminar bem, mas é uma questão de gerir as expectativas. Vou concentrar-me em divertir-me e espalhar a minha mensagem o máximo que puder, e espero que os portugueses de todo o mundo me ajudem a espalhar a palavra.
Iolanda vai representar Portugal na Eurovisão 2024 com a sua música “Gritto”. Ele competirá na primeira semifinal no dia 7 de maio.
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