SÃO PETERSBURGO, Rússia (Reuters) – O presidente russo, Vladimir Putin, saudou nesta terça-feira o poder do Ártico em uma cerimônia de hasteamento de bandeira e o lançamento de dois quebra-gelos movidos a energia nuclear que garantirão a navegação durante todo o ano no Ártico ocidental.
Presidindo um link de vídeo do Kremlin na cerimônia de lançamento na antiga capital imperial de São Petersburgo, no norte da Rússia, Putin disse que esses quebra-gelos são de importância estratégica para o país.
“Os quebra-gelos foram lançados como parte de um grande projeto em série e fazem parte de nosso trabalho organizado em larga escala para reequipar e reabastecer a frota doméstica de quebra-gelos, para fortalecer a posição da Rússia como uma grande potência no Ártico”, disse Putin. .
O Ártico está assumindo maior importância estratégica devido às mudanças climáticas, à medida que o encolhimento da camada de gelo abre novas rotas marítimas. Vastos recursos de petróleo e gás estão nas regiões árticas da Rússia, incluindo a planta de GNL na Península de Yamal.
Putin sorriu quando o quebra-gelo nuclear em Yakutia foi lançado nas águas nas docas e ficou de pé enquanto o hino nacional russo sobrevoava o quebra-gelo Ural, que entrará em operação em dezembro.
O Yakutia de 173,3 metros (569 pés), com um deslocamento de 33.540 toneladas, pode quebrar o gelo de até três metros de altura. Ele entrará em serviço em 2024.
Dois outros quebra-gelos da mesma série, Arktika e Sibir, já estão em serviço, e o outro, Chukotka, está programado para 2026.
Putin disse que o quebra-gelo nuclear superforte de 209 metros, conhecido como “Russo”, com um deslocamento de 71.380 toneladas, será concluído até 2027. Ele será capaz de romper o gelo de quatro metros de espessura.
“Eles são necessários para estudar e desenvolver o Ártico, para garantir uma navegação segura e sustentável nesta região e para aumentar o tráfego ao longo da Rota do Mar do Norte”, disse Putin.
“O desenvolvimento deste importante corredor de transporte permitirá que a Rússia revele totalmente seu potencial de exportação e crie rotas logísticas eficientes, inclusive no Sudeste Asiático.”
Putin, que chegou ao poder em 1999 prometendo acabar com o caos causado pelo colapso da União Soviética, consolidou discretamente a presença da Rússia no Ártico, onde a Rússia tem mais de 24.000 km (15.000 milhas) de litoral que se estende do Mar de Barents até o Mar de Okhotsk.
Desde 2005, a Rússia reabriu dezenas de bases militares da era soviética no Ártico, modernizou sua marinha e desenvolveu novos mísseis hipersônicos projetados para escapar dos sensores e defesas dos EUA.
Especialistas no Ártico dizem que levará pelo menos 10 anos para o Ocidente alcançar os militares russos na região, se assim decidir.
Reportagem da Reuters; Edição de Jay Faulconbridge e Mark Trevelyan
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