Chovem aplausos quando o touro ensanguentado cai aos pés do matador. Esta é uma visão muito rara nas touradas portuguesas, que normalmente evita um desfecho fatal para o animal na arena.
Mas é permitido nos barrancos perto de Espanha, que gozam de uma excepção especial em nome da tradição local.
“Existem fãs – e não existem.
“É preciso respeitar as tradições e a cultura… é importante manter assim”, disse a estudante Leonor Burgos, de 18 anos, enquanto observava o desenrolar da cena na praça da igreja, que foi transformada em praça de touros para o Sudeste. Festival anual da vila.
A matança de touros não é praticada em Portugal desde o final do século XIX, quando uma lei de 1928 a proibiu completamente. Mas Barrancos sempre desafiou a lei e manteve vivos os costumes locais.
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Em 2002, respeitando tradições de longa data, o Parlamento concedeu finalmente um regime excecional a Barrancos e a outro município da região do Alentejo, Monzaras, reduto da tauromaquia portuguesa.
“É enorme ser uma exceção à regra”, diz o matador Nuno Casquinha, vestido com um casaco azul marinho, enquanto se prepara para entrar na arena, onde dezenas de espectadores esperam nas bancadas de madeira.
“É muito gratificante para nós”, diz Casquinha, 37 anos, com cabelo penteado para trás.
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Em Barrancos “podemos alavancar totalmente o nosso comércio”, explica.
Numa carrida típica portuguesa, o touro é conduzido para a arena para encontrar um toureiro a cavalo antes de o animal ser imobilizado por oito homens agarrados ao pescoço e aos chifres.
O animal pode então ser arrastado para fora da arena e morto fora da vista dos “fãs”.
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Mas em Barrancos a cena segue o desenho da vizinha Espanha, com o toureiro em pé na arena, vestindo uma capa e brandindo uma espada.
A aldeia de cerca de 1.500 residentes, a cerca de um quilómetro (0,6 milhas) da fronteira espanhola, gosta de expressar a sua proximidade cultural com os seus vizinhos maiores. Para os torcedores locais, a caritas é vista como um pilar da identidade cultural.
Os opositores das touradas, no entanto, dizem que a prática é “anacrónica” e não pode ser justificada em nome da tradição.
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Cerca de 30 pessoas gritando “os direitos dos animais são fundamentais” protestaram quinta-feira no edifício mourisco de tijolos vermelhos do estádio Campo Pequeno, em Lisboa, numa das últimas “touradas” da temporada.
Tania Mesquita, advogada activa no PAN, partido dos direitos dos animais e ambiente, que quer proibir as touradas, disse que a isenção concedida a Barrancos “não era justificada” e que a legislação nacional “reconhece a natureza violenta das corridas”.
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