O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, nomeou na sexta-feira Fernando Haddad, leal ao Partido dos Trabalhadores de esquerda, como ministro da Fazenda, provocando temores dos investidores de que o novo governo esteja pronto para adotar uma política fiscal mais flexível.
A nomeação de Haddad, professor de ciência política que já atuou como ministro da Educação, destruiu as esperanças da população BrasilNa comunidade empresarial de Lula, Lula escolherá um político mais favorável ao mercado para guiar o maior país da América Latina durante o que se espera ser alguns anos turbulentos para a economia global.
“A escolha de Haddad, que é político, mostra que Lula vê a negociação com o Congresso mais importante do que a elaboração de reformas econômicas”, disse Adriano Laureno, da consultoria política Prospectiva.
ferreiro Ele é um aliado de longa data do presidente eleito e alguns provavelmente serão seu sucessor preferido. Ele é conhecido por sua inteligência e decência política. No entanto, ele é visto com cautela pela elite financeira – conhecida coloquialmente como Faria Lima, depois de uma estrada em São Paulo – que acredita que seu foco na justiça social superará a responsabilidade fiscal.
Em entrevista no início deste ano, Haddad disse que o foco no neoliberalismo e no livre mercado da administração cessante de Jair Bolsonaro era “insustentável”.
“Trinta e oito por cento dos brasileiros ganham apenas um salário mínimo. Se não olharmos para esse lado da sociedade, se olharmos apenas para o mercado de ações, ganhos, vamos saudar Bolsonaro”, disse Haddad durante a entrevista.
Haddad nasceu em São PauloE a Mestre em Economia e doutor em Filosofia, é militante do Partido Trabalhista (PT) desde os 20 anos. No início de sua carreira, ele trabalhou como analista de investimentos em um banco.
Entre 2005 e 2012E a Ele serviu como Ministro da Educação, primeiro no governo Lula e depois Dilma Rousseff. Ele então foi eleito prefeito de São Paulo, mas cumpriu apenas um mandato depois que os eleitores rejeitaram sua candidatura à reeleição em meio a uma onda de sentimento anti-partido dos trabalhadores.
Em 2018, foi Ele foi convocado para concorrer à presidência contra Bolsonaro quando Lula foi preso por acusações de corrupção e impedido de concorrer. Ele perdeu por mais de 10 milhões de votos.
Durante a campanha para as eleições presidenciais da época, Haddad prometeu aumentar o salário mínimo, revogar a reforma trabalhista que beneficiava os empregadores em detrimento dos trabalhadores e suspender as privatizações – todas políticas caras a Lula.
Nas eleições deste ano, ele perdeu a corrida para governador de São Paulo, o maior estado do Brasil, para Tarcisio de Freitas, um aliado de direita de Bolsonaro, por 2,5 milhões de votos.
O primeiro desafio do novo governo é a batalha em andamento no parlamento para aprovar uma emenda constitucional que permita a Lula financiar suas promessas de campanha de aumentar os gastos sociais.
A emenda busca aumentar o teto de gastos obrigatórios do país em R$ 145 bilhões (US$ 28 bilhões) para abrir espaço para manter o principal subsídio de assistência social do país, o Bolsa Família, em R$ 600 por mês. O aumento será válido por dois anos.
A medida alarmou alguns investidores e economistas, que temiam que o novo governo abandonasse a disciplina fiscal.
Thierry Larose, gerente de carteira do banco suíço Vontobel, disse esperar que outros cargos importantes na equipe econômica de Lula sejam dados a “personalidades amigas do mercado”.
Alguns tecnocratas devem mostrar que ainda se preocupam com a responsabilidade fiscal. Mas a prioridade será dada aos gastos sociais em favor das políticas mais pobres e as políticas de estilo keynesiano provavelmente prevalecerão”.
André Perfetto, economista-chefe da corretora Nekton, disse que a escolha de Haddad indica que Lula não conduzirá grandes experimentos econômicos. “O desejo de Lola de tornar público Haddad, seu sucessor imediato nas eleições de 2026”, disse Perfetto. “Lula não vai correr muitos riscos na agenda econômica.”
Na sexta-feira, Lula anunciou que Flávio Dino, senador eleito pelo Maranhão, seria ministro da Justiça. O diplomata Mauro Vieira será ministro das Relações Exteriores. José Museo Montero, ex-presidente do Tribunal de Contas da União, assumirá a pasta da defesa.
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