Libor é o serviço municipal de gestão de resíduos do Grande Porto. Em seus 40 anos de existência, eles transformaram um aterro sanitário em uma instalação de gerenciamento de resíduos, começaram a desenvolver produtos e espalharam seu sucesso e modelo pelo mundo.
A associação é constituída pelos municípios de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Bovoa de Varsim, Valongo e Vila do Conte. A cada ano, eles estimam 500.000 toneladas de resíduos de 1 milhão de pessoas na área, ou 1,38 kg por cidadão por dia.
Eles querem compartilhar seu modelo e sucesso com o mundo, então vieram a Bruxelas para apresentar o que estão fazendo. Uma conferência no Clube de Imprensa. Estiveram presentes o Presidente, José Manuel Ribeiro, o Administrador Delegado, Fernando Light, e a Gestora da Divisão de Comércio Internacional, Susana Abreu.
Viemos a Bruxelas porque podíamos ser parceiros da Comissão Europeia. O nosso modelo, os nossos números, o que conseguimos, como parceiro da Comissão Europeia, permite-nos participar no mercado global.
José Manuel Ribeiro, Presidente da LIPOR
1. O modelo LIPOR abrange toda a cadeia de valor
A inovação e a tecnologia estão no centro da empresa, incorporando todos os desenvolvimentos mais recentes. Eles investiram no mais recente incinerador disponível, que produz menos poluição pela queima de resíduos residuais do que o processo de fabricação de cimento. “Quando você classifica e recicla, sempre sobrará resíduos e a melhor solução é queimá-los porque os aterros sanitários geram muitas emissões”, explicou Ribeiro.
Em 2005, percebemos que estávamos no meio da cadeia de valor, mas queríamos estar em todos os lugares. Para isso temos que começar a oferecer serviços e produtos.
Fernando Leite, CEO da LIPOR
Eles começaram a produzir composto de alta qualidade, além de fazer parceria com a indústria de polímeros para produzir produtos a partir de plástico reciclado. O último produto do departamento de inovação é um contentor de resíduos em polipropileno, especificamente concebido para facilitar a reciclagem em casa, uma vez que a maioria dos contentores existentes não facilitam o processo. O produto é fixado na parede sem parafusos ou pregos e pode suportar até 10 kg de itens.
“É importante compartilhar nosso modelo de negócios e o setor de resíduos é o objetivo final, mas estamos focados na criação de produtos”, disse Leet.
Eles também estão olhando para a conversão de resíduos em energia. Têm capacidade para gerar eletricidade suficiente para todos os postes de iluminação pública e todos os edifícios municipais da região do Porto. No futuro, eles também capturarão carbono combinando-o com hidrogênio para produzir biocombustível para aviação.
“Este é um grande exemplo de pensar globalmente, agir localmente. Precisamos de exemplos como a LIPOR que possam ter um efeito cascata em todo o mundo”, concluiu a eurodeputada Sarah Certas.
2. Propagação do modelo
A LIPOR está neste momento a trabalhar com países de África e da América Latina para partilhar o que estão a fazer e ajudá-los a implementar abordagens semelhantes à gestão de resíduos.
Desenvolvemos soluções com base nas necessidades, realidades e escala de cada país.
Susana Abreu, Gestora, Unidade de Negócios Internacionais, LIPOR
Eles fornecem consultoria técnica, conscientização e educação ambiental, capacitação e serviços de treinamento adaptados às necessidades de cada país. Atualmente, na Argentina, eles estão ajudando ONGs de capacitação e o governo a definir adequadamente o lixo marinho, além de projetar campanhas de educação e prevenção para os cidadãos.
3. Educação e prevenção
Uma das missões da LIPOR é educar e sensibilizar as pessoas sobre o que é o lixo marinho e como pode ser prevenido em primeiro lugar. Ribeiro observou que as campanhas de comunicação e informação capacitam as pessoas ensinando-as a consumir e comprar melhor.
Temos todas as respostas sobre como limpar os resíduos, mas se não mudarmos o comportamento humano, através da comunicação, educação e formação, podemos dar milhares de passos para limpar os resíduos, não é suficiente.
José Manuel Ribeiro, Presidente LIPOR
“As pessoas não dizem desperdício, dizem lixo. É importante saber a diferença. A forma como nos comunicamos é muito importante para passar a mensagem certa”, disse Ribeiro, acrescentando que o primeiro passo na gestão de resíduos é reduzir o consumo.
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