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O Panamá fechará uma das maiores minas de cobre do mundo depois que a Suprema Corte do país anulou um contrato com uma empresa canadense para operá-la em meio a grandes protestos, disse o presidente na terça-feira.
A votação unânime do tribunal contra o contrato da Mina de Cobre do Panamá – que representa mais de 1% da produção global de cobre – ocorreu depois de analistas e investidores terem começado a reavaliar a imagem favorável aos negócios do Panamá.
Ativistas que se opuseram ao projeto expressaram alegria com a decisão. O presidente do país, Laurentino Cortizo, disse ainda nesta terça-feira que assim que a decisão for publicada no Diário Oficial, será iniciado um fechamento ordenado e seguro da mina.
“Tornou-se claro hoje que a administração da justiça é a espinha dorsal da democracia”, escreveu ele no X.
A First Quantum Minerals, que opera a mina e afirma ter investido US$ 10 bilhões no projeto, disse na terça-feira que comentaria mais quando detalhes adicionais da decisão fossem publicados.
“Esta decisão significa que a mina não tem base legal para as suas operações”, disse Juan Carlos Monterrey, diretor executivo do grupo sem fins lucrativos Geoversity e antigo negociador-chefe para o clima no Panamá. “O Panamá continua aberto aos negócios – negócios verdes”, acrescentou.
O Congresso aprovou o novo contrato que foi anulado pelo tribunal no final de outubro, provocando protestos generalizados que fecharam as principais estradas do país.
A indignação pública aumentou em relação à enorme mina – que representa cerca de 5 por cento do produto interno bruto do país – devido a questões que vão desde danos ambientais até à suposta corrupção.
O governo disse esta semana que a First Quantum Minerals deu o primeiro passo em direção à arbitragem internacional sobre o cerco dos manifestantes, interrompendo gravemente as operações.
A concessão original da mina, atribuída na década de 1990, foi contestada porque não existia um processo de concurso público. A First Quantum Minerals assumiu uma participação maioritária no projeto em 2013, e a mina é agora responsável por cerca de metade da sua produção anual.
Em 2017, o Supremo Tribunal do Panamá declarou inconstitucional a lei original subjacente à concessão, mas as negociações sobre um novo contrato só começaram depois de esgotados os recursos.
Os protestos ocorreram em meio a uma reação crescente contra a indústria de mineração em toda a América Latina. Os preços do cobre subiram na terça-feira com a notícia de que os trabalhadores da mina peruana Las Bambas, propriedade da MMG apoiada pela China e que produz cerca de 2 por cento do fornecimento global de cobre, iniciaram uma greve por tempo indeterminado devido a uma disputa de participação nos lucros.
O Panamá deverá realizar eleições presidenciais em maio próximo, com o ex-presidente Ricardo Martinelli liderando as pesquisas de opinião. Mas ele também enfrenta uma pena de prisão de 10 anos por lavagem de dinheiro, o que pode torná-lo inelegível para concorrer.
Reportagem adicional de Joe Daniels em Bogotá
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